Se existirem provas da união estável
entre a autora do processo e o servidor falecido, o benefício de pensão
estatutária deve ser concedido. Esse foi o entendimento da 2.ª Turma
do TRF da 1.ª Região, que negou provimento ao reexame obrigatório da
sentença que concedeu a pensão estatutária à companheira do falecido
servidor público.
A segunda companheira de um ex-delegado
da Polícia Federal entrou com uma ação na 2.ª Vara da Subseção
Judiciária de Imperatriz/MA contra a ex-esposa e a primeira companheira
do falecido para discutir direito à pensão.
A autora do processo apresentou provas
documentais da união estável com o falecido, sendo elas: contrato do
curso superior da companheira, o qual o servidor se comprometeu a pagar.
Contrato de financiamento do veículo, de que o falecido era fiador.
Faturas do cartão de crédito no nome do servidor, mas com o endereço da
autora, além de notas fiscais e fotos dos dois. Testemunhas também
foram ouvidas e aceitas no processo. O juiz federal de primeiro grau
julgou procedente o pedido e concedeu a divisão da pensão em três
partes.
O caso veio ao TRF1 para revisão da
sentença, o que acontece toda vez que a administração pública é vencida
em primeira instância.
O relator, desembargador federal
Candido Moraes, confirmou a sentença, já que é desnecessário o registro
da união estável entre a segunda companheira e o servidor, pois as
provas apresentadas são suficientes para provar o vínculo entre o
casal.
Candido Morais ainda ressaltou que a
constituição dispõe que esposa e a companheira têm os mesmos direitos:
“A Constituição Federal em vigor não faz distinção entre esposa e
companheira, sendo certo que esta última, mediante comprovação de vida
comum e união estável, é equiparada à viúva e aos demais dependentes”,
afirmou o magistrado.
O desembargador, ainda, fez referência à
jurisprudência deste Tribunal: “Comprovada a convivência more uxorio
tanto da segunda ré quanto da autora e a dependência econômica delas em
relação ao de cujus, é devida a ambas o benefício de pensão vitalícia, o
qual deverá ser dividido, em partes iguais, entre elas, consoante a
previsão do art. 218, § 1.º, da Lei n.º 8.112/90. (REO
0032606-96.2003.4.01.3400/DF, Rel. Desembargador Federal Antônio Sávio
de Oliveira Chaves, 1.ª Turma, e-DJF1 de 04/11/2008, p. 60)”, citou o
relator.
A decisão foi acompanhada à unanimidade pelos demais desembargadores da 2.ª Turma.
Processo n.º: 11352720064013701Fonte: TRF1
(Fonte: Justiça Federal)
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